Até o início da
Era Vargas (
1930-
1945)
certos tipos de agremiação dos trabalhadores fabris eram bastante
comuns, embora não constituísse um grupo político muito forte, dado a
pouca industrialização do país. Esta movimentação operária tinha se
caracterizado em um primeiro momento por possuir influências do
anarquismo
e mais tarde do comunismo, mas com a chegada de Getúlio Vargas ao
poder, ela foi gradativamente dissolvida e os trabalhadores urbanos
passaram a ser influenciados pelo que ficou conhecido como
trabalhismo.
Até então, o Dia do Trabalhador era considerado por aqueles
movimentos anteriores (anarquistas e comunistas) como um momento de
protesto e crítica às estruturas sócio-econômicas do país. A propaganda
trabalhista de Vargas, sutilmente, transforma um dia destinado a
celebrar o trabalhador no Dia do Trabalhador. Tal mudança,
aparentemente superficial, alterou profundamente as atividades
realizadas pelos trabalhadores a cada ano, neste dia. Até então marcado
por piquetes e passeatas, o Dia do Trabalhador passou a ser comemorado
com festas populares, desfiles e celebrações similares. Atualmente,
esta característica foi assimilada até mesmo pelo movimento sindical:
tradicionalmente a
Força Sindical (uma organização que congrega sindicatos de diversas áreas, ligada a partidos como o
PDT)
realiza grandes shows com nomes da música popular e sorteios de casa
própria. Na maioria dos países industrializados, o 1º de maio é o Dia
do Trabalho. Comemorada desde o final do século XIX, a data é uma
homenagem aos oito líderes trabalhistas norte-americanos que morreram
enforcados em Chicago (EUA), em 1886. Eles foram presos e julgados
sumariamente por dirigirem manifestações que tiveram início justamente
no dia 1º de maio daquele ano. No Brasil, a data é comemorada desde
1895 e virou feriado nacional em setembro de 1925 por um decreto do
presidente Artur Bernardes.
Aponta-se que o caráter massificador do Dia do Trabalhador, no
Brasil,
se expressa especialmente pelo costume que os governos têm de anunciar
neste dia o aumento anual do salário mínimo. Outro ponto muito
importante atribuído ao dia do trabalhador foi a criação da
Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, em 01 de maio de 1943.
“Um dia de rebelião, não de descanso! Um
dia no qual o trabalhador faça suas próprias leis e tenha o poder de
executá-las. Tudo sem o consentimento nem a aprovação dos que oprimem e
governam.
É um dia de protesto contra a opressão e
a tirania, contra a ignorância e as guerras de todo tipo. Um dia para
começar a desfrutar de oito horas de trabalho, oito horas de descanso e
oito horas para o que nos der gana”.
Panfleto distribuído em Chicago em 1885
PARABÉNS A TODOS OS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DESTE E DE TODOS OS PAÍSES. VOCÊS CONSTRUIRAM O MUNDO.